quarta-feira, 23 de junho de 2010

O INFERNO DE HULK

Ele não é verde, é castanho. E, ao contrário do monstro, ele é um doce o tempo todo. Meus amigos, que não gostam de animais, dizem que Hulk pensa que é um cachorro. Eu acho que ele pensa que é um Doberman. Não por que seja agressivo, mas porque tem a segurança dos fortes. Não ataca, não agride e ignora latidos ameaçadores quando passeamos, duas vêzes por dia, pela rua Alagoinhas. Pinscher número um, de apenas dois quilos, ele dá pouco trabalho. Fora as vacinas anuais, os remédios pra vermes e uma tartarotomia, ele só precisou ir duas ou tres vezes ao veterinário nesses 10 anos em que compartilhamos espaço e tempo.
Mas, se existe um mês que Hulk detesta, que fica estressado, com os nervos a flor da pele, esse mês é junho e essa ojeriza se explica pelo barulho dos fogos juninos que só faltam deixá-lo louco. Normalmente educado, ele se descontrola, late o tempo inteiro e faz xixi pela casa toda, a cada bomba ou traque que os meninos soltam nas ruas. Ainda bem que hoje é véspera de São João, o principal dia dos festejos,  amanhã acaba a folia e espero que ele possa se acalmar. Não aguento mais ser seguida por ele por todos os cantos da casa e de correr o risco de pisá-lo cada vez que me distraio. Sem falar no choro, à noite, na porta do meu quarto, me forçando a permitir a sua entrada direto para uma almofada que fica embaixo da minha cama. Isso quando não me assusto ao deitar e ver alguma coisa se mexendo dentro do meu travesseiro.
Tadinho de Hulk, tão gracinha. Este ano, o inferno vai durar mais tempo. Talvez até o dia 11 de julho se o Brasil se classificar para a final da Copa. Além do barulho dos fogos ainda tem o das vuvuzelas. Haja estresse, haja xixi.
Tadinho de Hulk, tão gracinha...Quando será que vão inventar tapa-ouvidos pra cachorro?

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