quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Minha pulguinha e o ministro




Aqueles que insistem em afirmar que o controle da mídia, pelo governo, visa apenas a forma e não o conteúdo não vêem, ou fingem não ver, as entrelinhas desse lero lero. O futuro ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula, Franklin Martins, voltou a criticar a imprensa em entrevista concedida anteontem à TV NBR. Segundo Franklin Martins os jornais “ não têm muita boa vontade com o governo”.
A nota publicada hoje na página de política do jornal A Tarde diz ainda: -Martins fez referência a manchetes de jornal na época do lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida.”Nós já sabíamos que os grandes jornais, que não têm muita boa vontade com o governo, iam fazer uma cobertura para encontrar algum grande problema no programa”, disse.

O senhor Franklin Martins, que esqueceu que já foi jornalista antes de virar ministro, esqueceu que também é função da imprensa encontrar os problemas e divulgá-los? Ou a imprensa só pode puxar o saco do governo, como também sempre fez a grande mídia ( a pequena nem se fala) ?

Com tantas críticas feitas à imprensa pelo governo, inclusive pelo presidente Lula, quem é que vai engolir essa lorota de que não haverá interferência no que pode e no que não pode ser publicado, em detrimento do direito do público à informação? Se, mesmo com as “críticas” da imprensa, Lula sai do governo com quase 90% de aprovação o que querem os novos- tanto quanto quiseram os velhos- donos do poder? Que os governantes passem a fazer parte da Santíssima Trindade?

Algumas vezes ao se referir à posição do Brasil, internacionalmente, alguns diplomatas disseram que o brasileiro tem complexo de cachorro vira-lata. Com todo respeito aos cachorros vira-latas, muitas vezes mais inteligentes e leais que os cães de pedigree, quem vê o brasileiro assim é a elite que Está no poder. Todas elas. Cachorros que não podem, nem devem latir, e sim apenas abanar o rabo e lamber as mãos de quem os acaricia ou maltrata.

Me bata uma garapa, minha gente..... A minha pulga está bem instalada atrás da minha orelha, e  vai continuar lá.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Uma tarde de Natal em Salvador



O dia amanheceu meio nublado ontem, mas o calor estava infernal . Bom para ir à praia. À tarde, ligo para algumas amigas. “Porto, dia de feriado??? maluca “ “É natal,dia das pessoas ficarem no aconchego dos seus lares, comendo restos de peru e tomando vinho”, argumento. “A praia deve estar tranqüila”.

Marco com uma amiga antropóloga, dou carona a outra, jornalista, que avisa vai dar “só um mergulho” .”Meu Deus, o que é isso? Uma praia de Tóquio? Será que vamos encontrar um metro quadrado para as nossas cadeiras?”, digo assustada ao ver aquele monte de guarda-sol e a praia literalmente entupida. “Quem sai na chuva é pra se molhar”, filosofa minha amiga. Encontramos um lugarzinho e montamos barraca. Famílias inteiras, famílias laterais, gays, lésbicas, o pessoal da periferia, pagodeiros, grávidas, mulheres ,obviamente, da chamada vida fácil (que deve ser difícil pra burro), turistas, crianças, alguns frequentadores da praia que conheço há pelo menos um quarto de século, cada qual no seu cada qual, em pacífica convivência.

Brinco com o filho de uma outra amiga e pergunto se ele já montou um tubarão, me referindo às bóias em forma de bichos usadas pela garotada. Ele diz que não. Sugiro:”vá pedir à sua mãe” e ele , conformado, do alto dos seus seis anos ”Ela não gosta de gastar dinheiro”.... Cadê Joli com sua sunguinha de crochê?

O odor de queijo coalho frito misturado com o cheiro de baseado é insuportável, quase tão ruim quanto o barulho promovido por um “ sem noção” que botou o som bem alto e abriu o porta-malas do carro. Isso, sim, é que é de dar nos nervos. Desejei tanta coisa ruim pro cara que fiquei assustyada e retirei todos os meus maus pensamentos, não por bondade, mas por medo que meus desejos voltassem pra mim. Deve ter sido castigo: um grupo de moças ao nosso lado toca violão e canta mal músicas de boa cepa  na areia quente, sol de torrar e maré subindo quase chegando às nossas cadeiras. É de enlouquecer. Falamos mal doos políticos que aumentaram seus salários, do ministério de Dilma(nunca na história deste país um presidente conseguiu reunir tantos ministros sem qualificação),  principalmente o senhor do Ministério do Turismo Sexual. Do lado um dos vendedores da praia, que usa o regador de plantas para pegar água e molhar os pés da clientela, dá massagem num banhista, super-sério, sentado em uma cadeira....”Isso aqui tá é bom. Já tem até massagista” ironiza Olivinha.

A água tá chegando perto, um vendedor de coco me chama de tia, lembro de uma amiga que já se foi e do que ela diria: ”Tia, o car...... . Mas, eu sou uma quase lady e me limito a olhá-lo de cima pra baixo. Ele entendeu.  “Vamos embora”? A amiga antropóloga, que detesta multidão, quer ficar para ver o por do sol. Sem chances. Essa praia hoje tá muito demais. Vamos embora, enfim, concordamos. E eu  fico pensando o que diria o futuro ex-ministro de Comunicação Franklin Martins que os coleguinhas chamam de ex- jornalista Provavelmente algo como  “Isso é um excesso de democracia “... Rimos. E lembro de Fernando Pessoa : “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.










quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

Quando o adeus é inesperado dói mais.....

O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.

– Fernando Pessoa



Ontem à noite, ao chegar em casa voltando de um evento cultural no TCA vi Erick , filho de Dóris Pinheiro, minha vizinha, sozinho em pé na calçada do prédio onde mora. Baixei o vidro do carro e perguntei:”Erick, o que você está fazendo aí sozinho?” para logo em seguida ver o pai  dele, Fábio, que se aproximou de mim e disse: D. Lourdes faleceu. E eu:”quueem?" Ele: D. Lourdes. D. Lourdes, avó de Erick, mãe de Dóris, minha colega de profissão e de Roberto, meu colega no Científico, no Manoel Devoto." Ela estava doente?" "Não foi um enfarto".
Que coisa horrível são as surpresas. Detesto surpresas. Não gosto nem das boas porque podem ocorrer em uma hora que eu não esteja pronta. Imagino a dor dos filhos e de Erick.
Conheci D. Lourdes quando adolescente e costumávamos ir de vez em quando às casas dos colegas.  Lembro-me de tê-la vista esta semana da varanda do meu apartamento - nossos prédios ficam na mesma rua, em lados opostos, de frente um para o outro. Acenamos uma para a outra. Sempre nos saudávamos assim, ou rasgávamos seda mutuamente quando nos encontrávamos na rua, vindas da padaria, do mercado, da praia.

Dóris, arrasada, rosto inchado de chorar... O que dizer numa situação dessas? Fico sem saber o que falar, não quero repetir frases clichês. Mas o que falar então? Da minha pena? Como eu detesto mortes de uma hora pra outra? Do medo que tenho de perdas inesperadas??? Talvez as frases clichês sejam clichês, justamente, por serem as melhores a serem ditas nesses casos. Confortam, aliviam, mas não consigo. Não pareceriam sinceras. O que dizer?  Que temo o dia em que minha mãe se for, e que a sinto cada dia mais vulnerável ?Que me preocupo quando fala ao telefone de dores que nunca passam? "Quando minha mãe se for vai ser o caos; meus irmãos nunca estarão preparados. Às vezes penso em conversar com ela para se preparar,  e nos preparar para quando elafa ltar. Mas sei que ficaria furiosa, não entenderia a provavelmente deixaria de falar comigo por uns tempos..Diria que eu estou agourando e que ela podia viver mais do que eu. De fato, pode mesmo. O problema não é esse. Sinto que é preciso preparara as pessoas que dependem dela- e são muitas- para a sua ausência, como eu preparo meu filho, que espero deixar forte e senhor de si.

Dóris chora, chora e me emociono. “Como vou viver sem minha mãe”?, ela pergunta...Quem sou eu para saber a resposta???? Descobrir isso fará parte do seu aprendizado, até que a dor fique mais distante e que reste apenas a saudade.

Dizer que dona Lourdes era uma pessoa boa e que, certamente, será recebida pelos seus entes queridos que já se foram? Será que isso diminui a dor da perda? Acho que não. Não sei o que dizer. O que espero é que dona Lourdes seja recebida pelos anjos ( que precisam existir) e que eles a guardem e a protejam na divina luz.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Salve a Rainha dos Raios

Ó Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e
que a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam,
os trovões não me assusteme o troar dos canhões não
me abalem a coragem e a bravura.
Ficai sempre ao meu lado para que eu possa enfrentar, de fronte erguida e rosto sereno, todas as tempestades e batalhas da minha vida...
Para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido possa agradecer a vós,minha protetora e render Graças à Deus, criador do céu e da Terra, da natureza; este Deus que tem o poder de dominar o futuro das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
 Santa Bárbara, rogai por nós”

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Polícia vigiando polícia... É para rir ou para chorar?

Li ontem no UOL ou no G1, não tenho certeza, que a Secretaria de Segurança Pública do Rio vai colocar uma câmera no Morro do Alemão para vigiar os policiais. São muitas as queixas de abuso de autoridade, de extorsão,e até de casos de violência contra os moradores do lugar.

Estou perplexa. Não com o fato da polícia precisar vigiar a própria polícia, mas da notícia não ter me causado nenhuma surpresa, nem indignação. Acho, inclusive, que esta é uma boa medida, desde que o motorista da moto onde a câmera será instalada e vai transmitir em tempo real, não seja corporativista e não se intimide com os colegas, o que é praticamente impossível.

Ontem, um repórter do jornal Tribuna da Bahia foi preso enquanto trabalhava e levado para a delegacia por “desacato à autoridade”. Simplesmente ele bateu com as mãos num carro da policia para chamar a atenção da motorista e evitar atropelos, já que havia gente atrás. Como ele pediu cuidado, os policiais que estavam na área o prenderam como desacato à autoridade. Ele foi ameaçado e tachado de “inimigo da polícia”( toda a policia).

O verdadeiro crime, muitas vezes, consiste em se dar autoridade a quem não sabe e não está preparado para usá-la, daí as inúmeras arbitrariedades e abusos que vemos por ai. Estou chocada? Nem um pingo. Triste? Também não. Eu fico profundamente irritada com essas coisas: o fato da gente precisar policiar a polícia.

Mas, o que se esperar de pessoas que não na maioria das vezes, cresceram sem educação e estrutura familiar que lhes passassem os valores que regem (muito teoricamente, é verdade) a sociedade em que vivemos.

Queremos uma polícia séria e responsável? Queremos evitar que crianças e jovens se tornem marginais? Só tem um jeito: educação. Mas, falar em educação já está ficando batido demais. Queremos resultados. Onde está essa propalada educação. No fim do arco-íris? Afinal, os policiais, assim como os bandidos, quase sempre tiveram o mesmo tipo de criação e viveram nos mesmos ambientes. Eles são nós. Nós somos eles. Não dá para ficar criticando o país, nem os brasileiros o tempo todo. Afinal, quem somos nós? ETs (às vezes me acho)? Estamos acima do bem e do mal? Precisamos ungir alguém para que nos salve? Nessa última eleição ficou claro que sim. Precisamos de alguém a quem atribuir toda a responsabilidade e o compromisso que é nosso.

Não sei nem porque estou escrevendo isso. Talvez para deixar algumas pessoas chateadas como eu estou. Eu gosto de compartilhar com meus amigos as coisas boas e as coisas ruins. Estou morta de raiva Pelo Rio e por nosso repórter. Ponto.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Valei-nos São Batatinha

Não gosto de só escrever para reclamar. Me lembra um jingle de uma campanha do pessoal da Idéia 3 que dizia “você só sabe criticar, criticar, criticar” muito cantada por colegas da área política.
Mas, o que é que eu posso fazer? Abro um jornal local e vejo a nova “música” do Rebolation, cujo título é “Tchubirabirom”...Dái, voces já podem deduzir a bomba que é. Vou transcrever para que os meus amigos, os únicos que têm interesse no meu blog, me digam se sou chata, pernóstica, elitista ou que o Prozac não está fazendo efeito:
“Vai fazer mãe “ 2x
Vai lá pra frente, pra frente
Cintura, cabeça
Tchubirabirom
Dancinha legal, todo
mundo vai fazer
nesse carnaval
eu sei que vai ferver
Você quer.Tome aí
Swingueira pra mexer
Pega na cabeça
(pega na cintura)
E vai Pra frente,
pra frente
Cintura, cabeça,
Tchubirabirom
Eu sei que você quer
Sei que você tá
Querendo
Vai fazer mãe”

O mais incrível é que foram preciso quatro “cabeças “ para compor esta obra (como se diz  mesmo última em italiano?).
Se eu não tivesse uma convicção inabalável sobre a importância da liberdade de expressão, ia torcer para que o governo conseguisse enfiar pela nossa goela uma lei de controle da imprensa junto à uma de censura à coisas desse tipo. E Léo tão bonitinho, tão simpático, tão riquinho, precisa de ajuda.
Chama por São Batatinha, Léo, por São Riachão, Ederaldo Gentil, Roberto Mendes e tantos outros que podem ser chamados de compositores... Procura gente que saiba fazer samba e pagode de verdade.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os excluídos entre os excluídos

A prefeitura cumpriu sua função ao colocar ordem na praia de Santana, no Rio Vermelho, que estava virando uma favela com gente morando embaixo dos barcos em casas de papelão,  cozinhando em fogareiros e fazendo por lá suas necessidades fisiológicas. Pronto, a praia de Santana está salva e devolvida aos seus donos de direito: os pescadores.
Os miseráveis agora perambulam pelo bairro, acompanhados por cães vadios, levando  a carcaça e seus mulambos em carrinhos de supermercado, bêbados dormindo pelas praias ou debaixo das marquises.
Alguns fizeram depósitos dos abrigos de ônibus. Colocaram suas coisas em cima e dentro dos abrigos menos à vista. Não há mais espaço para os usuários esperarem o transporte.
Acabou aí? Vai se tirando essa gente dos lugares onde ela se coloca dia após outro e eles vão improvisando novas forma de sub-existir. Fica nisso? Não há nada a fazer com esse pessoal?`Porque se faria? Esses miseráveis já não sam o próprio nome, não tem identificação ou trabalho. E, principalmente : não votam. Que chance  poderiam ter? Vai uma bolsa bêbados ou uma bolsa mendigos para eles? Essa hipocrisia cansa...
A foto é só para clarear as idéias....

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Santo Boldo!

Acordei às 2h  da manhã me sentindo mal. Será que vou gripar? Levanto e tomo um comprimido de vitamina C. O mau-estar continua e acordo às 4h com um terrivel dor de cabeça. Tomo dipirona líquida. Não adianta. Quem sabe se a dor não é por causa da minha rinite? 10 gotas de complexo homeopático. A dor não passa, será que é o calor? 4 gotas de Sulphur e nada. Será que estou tendo um infarto? E se eu morrer e ninguém perceber? E se demorarem para encontrar o meu corpo?Levanto novamente e faço um chá de boldo. Logo depois, o mau estar aumenta...Será que vou desmaiar? corro para o banheiro e vomito água e chá ....de boldo. A dor de cabeça vai embora. Não comi nada que pudesse me fazer mal, o que foi isto? Será que foi a gororoba de ontem? os restos de comida que peguei na geladeira e misturei com creme de leite? Vai saber.....

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eu, meus mortos, e o dia de finados

Cumprindo  as obrigações de finados, mais por mim do que por eles, que certamente  não andam mais por aqui, fui dar um grau, como dizem os jovens, quero dizer mais jovens que eu, nos túmulos dos meus mortos.O cemitério Jardim da Saudade ,onde repousam os restos de meu pai, avó, tia,sobrinho e cunhada, não estava muito cheio. Fui cedo e demorei para achar os túmulos procurados, porque me guiava por uma placa com o nome de um senhor que ,descobri depois, estava quase apagada. Zanzei algum tempo debaixo do sol e me culpei por não ter levado um chapéu. Alguns túmulos estavam enfeitados de uma maneira carinhosa, outras mais simples, alguns um tanto barrocos com flores de plásticos e outros sem nada.Algumas pessoas oravam silenciosamente, silencio entrecortado por soluços de uma mulher , que sentada junto a um túmulo, passava entre soluços uma flanela na placa de granito. Olhei-a com pena enquanto seu choro ecoava pela quadra cemiterial e pensei: "só se chora assim por um filho", o que confirmei em seguida quando ela passou a repetir "meu filho, meu filho".
As mães sempre se identificam umas com as outras. Tive vontade de chegar perto e falar alguma coisa, mas me afastei. Ela tem todo o direito de curtir sua dor, e chorar faz bem.
Achei o túmulo dos meus familiares que estão na mesma carreira, mandei limpar, molhar as plantas e plantar umas outras. Depois resolvi ir dar uma olhada no tumulo da minha amiga Lina que morreu há três anos atrás.
Achei o lugar depois de rodar bastante pelas quadras possíveis, procurando o ano de morte e finalmente achei. Nem uma florzinha (olha gente, quero ser cremada e minhas cinzas jogadas no mar do Rio Vermelho,atrás da Igreja de Nossa Senhora Santana). Acho que Lina não ligaria para isso, ela era meio materialista, já que aqui na Bahia as pessoas, de modo geral, são meio católicas, meio espíritas, meio evangélicas, meio candomblecistas e etc.. Chamei um rapaz e mandei dar um grau lá também.
Não sei porque tem gente que tem medo de ir a cemitério...Eu me sinto muito à vontade por lá. Por mim, enfeitava todos os túmulos.
Na saída, o grupo de idiotas de sempre tocando (muito mal) e cantando junto à lápide de Raul Seixas, esperando ser filmados por alguma emissora de tv- que todo ano fazem a mesma reportagem  e entrevista os mesmos caras (nem precisavam nem mandar uma equpe.Era só rodar o material do ano anterior). Os jornais, pior ainda..
Ai, coitado de Raul Seixas, ter que suportar todos os anos essas malas sem alça e sem talento desrespeitando a sua memória - Raul era maluco beleza- e enchendo a paciencia dos outros visitantes.
Pensando bobagem, como geralmente faço para relaxar, imaginei Raulzito saindo do túmulo vestido de metamorfose ambulante e gritando Buuuuuuuhhhhhhhhh. Seria muito divertido.

sábado, 18 de setembro de 2010

De bóias e balsas




Para os que insistem em não admitir que 2 mais 2 são 4 e que matemática é a única ciência onde a dúvida passa longe, Zé Dirceu, um dos coordenadores e provável futuro tutor da provavel futura presidente Dilma, já escancarou e dá dicas nada sutis sobre o futuro da imprensa quand critica o “excesso de liberdade e de expressão”.
Quem sabe ler que dê uma olhada nos blogs e jornais de ontem. Se a imprensa publica inverdades que se abra processo e se aja de acordo com a lei que existe exatamente para isso. Mas, é mais fácil e conveniente para aqueles que odeiam a transparência e que provavelmente têm  coisas que não querem que venha a público, amordaçá-la. Se com a liberdade que temos hoje ocorrem tantas patifarias imaginemos o que pode acontecer com uma imprensa controlada. Quem era adulto , jovem ou adolescente durante  o regime militar certamente lembra de jornais, como o Estadão,que saía com partes das páginas em branco para mostrar que ali deveria estar uma matéria que foi censurada.
Na fala de Dirceu aos sindicalistas ( de sindicatos que em grande parte parecem “fazer parte” do governo, ele voltou a falar do controle social dos meios de comunicação e também que seu primeiro ano no governo será de luta contra os meios de comunicação. Vamos aproveitar enquanto a gente pode, e falar o que quiser no facebook ou em outras redes sociais. Será paranoia achar que ao fazermos comentários que não agradem o panteão podemos ter vários tipos de probelmas? Sera assim no regime militar; porque seria diferente? O autoritarismo  só tem um lado: o que está por cima.
Por falar em estar por cima, a fantasia cubana acabou ( já teria acabado há mais tempo se a imprensa de lá fosse livre,mas a realidade sempre acaba se impondo). O governo de Cuba admitiu que está com sérios problemas econômicos e já fala em demitir cerca de 1 milhão de funcionários públicos . O pior são as sugestões de trabalho para eles : criar coelhos, cortar cana,  dirigir balsas na Baía de Havana etc.... Não há mais nada para se fazer no país ? Haja balsa ( e bóias) para tanto náufragos.....

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O jeito que o povo dá é o lado positivo

Comentei recentemente no facebook sobre as propagandas do governo em relação ao número de empregos criados e as milhares de pessoas que passam o dia inteiro sob o sol, ou sob a chuva, carregando banners, bolas e outros materiais de propaganda para ganhar uma diária que suponho esteja em torno de R$20.
Fico com a maior pena quando eu passo e vejo homens e mulheres, de todas as idades, alguns até idosos, em pé, segurando um "pirulito" por exemplo. Cadê os milhões de empregos novos? Por que essa gente não está  nesses empregos?Acho isso degradante.
Hoje, me diverti, e, mais uma vez, tive a percepção da capacidade de adaptação do baiano.No canteiro que fica entre o Rio Vermelho, a Vasco, e a Garibaldi vi que o pessoal já deu o seu jeito de ganhar o dinheirinho sem se cansar muito. Uma daquelas bolonas com a cara e nome de um candidato estava amarrado a uma pedra (sim, uma pedra bastante pesada para que a bola não saísse voando) . Mais ao lado, um outro usou a placa que carregava plantando-a horizontalmente no chão para fazer sombra para ele pudesse tirar uma justa soneca. O grupo já tinha dado o seu "jeitinho" para  minimizar o tédio e o cansaço.  Me pareceu que o comportamento deles era bastante justificado, já que provavelmente os candidatos a quem serviam - pelo exemplo de políticos que a gente vê por aí - não eram muito chegados ao trabalho. Morri de rir. Quer dizer, vivi de rir.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Festa da Boa Morte em Cachoeira

É incrivel o descaso das autoridades municipais de Cachoeira para com a festa da Boa Morte. Fiquei horrorizada com a falta de organização do tradicional evento que acontece no dia 15 de agosto, quando é festejada a assunção de Nossa Senhora. A festa atrai turistas de todo o país e do exterior no chamado turismo étnico. Via-se americanos afro-descendentes vestidos de branco, como se fossem monges,monjas, ou africanos participando da festa. Mulheres vestidas de baianas (inclusive brancas), todos atrás das raizes perdidas nos EUA, devido ao protestantismo que não fez vista grossa, como a Igreja Católica, para com o sincretismo. Os católicos permitiram, conscientemente ou não, que os africanos no Brasil pudessem usar de subterfúgios para manter sua cultura, daí talvez a integração entre as culturas. Pois é: os administradores da cidade não se deram sequer ao trabalho de interditar o trânsito na área da festa -frente da Igreja e adjacências- e foi aquele inferno com carro passando no meio de gente, atrapalhando a procissão...Nunca vi isso em lugar nenhum. Uma autêntica bagunça. 
A festa vale como tradição. Em termos de espiritualidade, só a das irmãs.  Igreja lotada com gente conversando, falando ao celular e tirando fotos durante a missa. Incomoda e chateia quem leva à sério sua fé.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mensagem de Regina Testa

Ontem, dia 3, foi o aniversário número 35 da Folha do Reconcavo. Nada de mais se fosse qualquer jornal. Porém a Folha é um patrimônio de Candeias, da região e de toda sua população, afrodescendente, guerreira, altiva. A Folha é um patrimônio da imprensa baiana por vários motivos:

1) O primeiro, sem dúvida, é por ser de Claudomiro, esta grande, maravilhosa figura, que é um orgulho para todos nós, jornalistas baianos, ou simplesmente baianos!

2) Por sobreviver a tantas, inúmeras e continuas dificuldades todo o tempo, o tempo todo. É a verdadeira resistência negra na Bahia.

3) Por não precisar ser bem escrita e bem revisada para ser aceita e conquistar a confiança dos leitores. Às vezes um erro aqui, outro acolá, mas nada, absolutamente nada tira dos seus leitores o ânimo pela leitura e a confiança no jornal.

4) Por ter resistido a tantos políticos e pressões políticas e de toda ordem ao longo dos seus 35 anos. Sabe como é, imprensa de interior, se falar a verdade os políticos acham que está falando mal. Só querem baba ovo!
Parabéns Claudomiro! Parabéns Candeias por ter Claudomiro e a Folha. Da qual além de leitora e admiradora, também sou repórter com muito orgulho.



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O outro, lá ele....

Semana passada, um assalto às 3 horas da tarde tirou a rua Alagoinhas da sua costumeira modorra. Ouvi um alarido, alguém chorando, pensei que era brincadeira dos meninos. Fui  à janela, vi o burburinho e desci para saber o que havia acontecido. Uma moradora ia estacionando o carro-um Corsa sedã- na frente do prédio quando um homem surgiu do "nada" arrancou-a do volante, jogou-a no chão, entrou no carro, jogou fora uma chave que tinha na mão e foi embora.
As pessoas se solidarizaram com a garota e os relatos sobre o assalto continuaram pelo resto do dia, e no outro também. O assaltante tinha estacionado um Fiesta atrás do carro da vítima (a chave que ele jogou fora era do veículo), saltou pegou o carro dela e se mandou. "O carro tinha seguro" informou um funcionário da área como se isso  fosse tranquilizar os moradores locais. Uma coisa tão banal...
Dias depois, passeando com meu cachorro, vi passando uma senhora que  tinha assistido ao assalto e que da minha janela eu vira dando informações ao vizinho. Perguntei: não foi a senhora que estava aqui na rua no dia do assalto? Ela disse que sim e começamos a conversar. Ela contou que ia subindo a rua com outras quatro pessoas quando ocorreu o roubo.
Perplexa, disse que nunca pensou quem "um de nós" fosse assaltante. Um de nós?, repeti perplexa. "Sim, um homem que ia subindo ao mesmo tempo que eu e as outras pessoas",confirmou.  O tal do "um de nós" me revolveu o estômago. Um de nós, não, pensei agastada, para logo em seguida ter um choque mental.
Não é que ela tem tazão? O sujeito é um de nós. Os traficantes, criminosos, ladrões, corruptos,mendigos, bêbados, junkies, fracassados, ricos, pobres, gente boa gente má, todos eles  não são o Outro. Eles são - com toda certeza- Um de Nós.
E agora?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Amigos


"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

(...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...)
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...)
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos,
para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e
estéril."


Texto enviado pela médica e amiga Angela Zamelute como escrito por Oscar Wilde. Não sei não.... Não me parece coisa dele. Em todo o caso, publico porque é interessante.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sinto muito, mas tenho que fechar as janelas

Se eu fechar as janelas, pode chover à vontade. Gosto de ver as folhas balançando, os pingos d´água caindo no chão, e de ouvir o uivo do vento. Se tiver raios e trovões, melhor ainda.
O que atrapalha meu bem-estar são os outros. Os vigilantes que tomam conta da rua onde moro, ensopados nas suas roupas pretas de rambos mal ajambradas,  a noite inteira com frio, encolhidos dentro de si mesmos para ganhar uma mixaria, sem carteira assinada, sem segurança de nenhuma espécie e sem opção, a não ser o de passar para o lado daqueles dos quais nos guardam. Os porteiros dos prédios escondidos atrás das pilastras.
Os sem teto que se espremem debaixo das marquises, as pessoas nos pontos torcendo para o ônibus passar logo depois de um dia torturante de trabalho . As pessoas acordadas em seus barracos com medo de que eles desabem ou que um deslizamento de terra as soterrem para sempre. Aí, nem o aconchego do meu quarto, a penumbra, a manta quentinha e  uma valsa tocando baixinho conseguem impedir o meu frio. Eu não sou – graças a Deus- dessas pessoas muito sensíveis. Mas não dá para bancar a indiferente. Então, para me proteger, fecho todas as minhas janelas. Aí, sou só eu e a chuva e  um calorzinho gostoso. Que posso fazer? Não sou Deus. 

domingo, 18 de julho de 2010

Então, cantemos para o Tempo

De Socorro Araújo

Neste domingo chuvoso, com saudade de parte da minha família que voltou pra casa, na Itália, fico matutando sobre esta entidade tão misteriosa e encantadora, o Tempo. Como demora a passar, às vezes. Como passa depressa... Aqui pertinho da minha casa, numa quebrada entre a Vasco da Gama e Brotas, tem uma gameleira, uma árvore que, pelo menos aqui na Bahia, tem na frente de quase todo terreiro de candomblé. O Iroko. Na bela mitologia dos cultos afros, Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. O ciclo vital. Será que olhar o tempo dessa forma não pode nos ajudar a mudar a trajetória desta nossa sociedade? Ver o tempo como um orixá não é melhor do que nos relacionarmos com esse "tempo" dos relógios de ponto, dos horários comerciais, das liquidações, das aplicações financeiras, do medo de envelhecer? Penso que temos ferramentas pra mudar este nosso caminho. Temos belos mitos. E tão próximos de nós. Como o Iroko da minha rua. Olho pra ele agora como não olhava antes porque revi a minha filha e os meus netos depois de quatro anos. Neles, reencontrei muito de mim e do pai, que há quatro anos também vive longe. Em outro mundo. Distante fisicamente, mas muito próximo na memória dos que o amaram. Será mesmo que é só a genética que explica como é possível que num italianinho branco tenha tanto de um brasileiro meio negro, meio índio? E numa neguinha baiana que hoje é também muito italiana tenha tanto de uma avó sertaneja? Fui com eles lá pro sertão. E lá em Canudos também me vi naquelas mulheres quase centenárias, de rostos enrugados, que rezam felizes os benditos de Santo Antonio. Assim como me vejo em tantas coisas de minha mãe e de minha filha. Quando perguntavam ao italianinho de 9 anos o que ele achou de Canudos, ele respondia: "O lugar é feio, mas o povo é bonito". Ah! o tempo. O Tempo. Será que o Giuseppe foi um jaguncinho? E a Camila uma das rezadeiras do Conselheiro? Precisava ver os dois nas novenas de Santo Antônio. Parece que sempre estiveram ali. No banco da frente de uma igreja da Canudos mais uma vez reconstruída. Tem mais do que DNA nessa história. Ah! se tem...

E, em meio a essas reflexões desta tarde de domingo, encontro um vídeo que me fez voltar ao passado. Mais de 30 anos depois, parece que estou nessa mesa de bar, tomando com eles uma cervejinha e cantando um sambinha gostoso. Saudosa maloca/maloca querida... Como nada é mesmo por acaso, mando o vídeo pra vocês. Confesso que chorei. De saudade. E de alegria. Porque entendi um pouquinho mais dos mistérios do tempo. Prestem atenção na despedida, no final. A mim deu uma sensação de que também nós nos despedimos dos dois. Felizes. O Tempo é mesmo um orixá.

sábado, 17 de julho de 2010

Bruno fora

 A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, não fica em cima do muro e mostrou que é uma mulher que toma posições firmes. Ela confirmou  a demissão por justa causa do goleiro Bruno e disse que o goleiro não vestirá mais a camisa do clube nem que seja considerado inocente pela morte da ex-amante. Quem está acompanhando o caso sabe que o goleiro é acusado de participar do sequestro, morte, e ocultação de cadáver da garota de programa Elisa Samudio com quem teria um filho.
A história que tem lances macabros envolve o goleiro e seus amigos metidos com drogas e assassinatos.
A posição de Patrícia é um recado para os jogadores do time que preside: nada de escandalos. E que sirva de exemplo para todos os atletas.
Apesar de admirar Patricia não posso deixar de me condoer com Bruno e com o que ele fez da vida dele.É lamentável ver que ele não foi capaz de segurar as oportunidades que a vida lhe deu para mudar o rumo do seu destino e o de sua família.  Não adiantou o dinheiro, as viagens , o sucesso. Faltou o que falta a muitos jovens brasileiros de origem pobre como ele ( e também a ricos): valores.
A educação é fundamental como todos já sabemos. É preciso que deixe de ser apenas Bruno sem valores, sem caráter, que não têm respeito à vida deles próprios e a de outros seres humanos, tem aos montes neste país.
Isto precisa mudar.

sábado, 10 de julho de 2010

Espetáculo


Fotos como essa me fazem entender a frase: "lindo de doer".
Como o ser humano é capaz de criar tanta beleza......
Dói, mas é bom.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quem ri por último...

*Diogo Tavares
Enfim, a Copa acabou tanto para aqueles que torcem pelo Brasil quanto para os que torcem contra a Argentina. Como compensação pelo mau humor que agüentamos de Dunga tanto tempo, restaram boas tiradas na internet, principalmente nos sites de relacionamento. Logo depois do jogo do Brasil, teve um comentário fabuloso, de fábula mesmo: 1 Dunga, 11 sonecas e 190 milhões de zangados.
Por falar em números, não foram poucos os cidadãos ao redor do mundo que ficaram aliviados de não ter que ver Maradona pelado. Caso a promessa-ameaça se concretizasse, os jornais poderiam reeditar um título do jornal O Dia sobre uma foto de Dieguito nu no vestiário: “Maradona bom de bola e ruim de taco”.
O fato é que o melhor veio nas horas seguintes à goleada que a Argentina levou da Alemanha. Houve, por exemplo, quem agradecesse aos holandeses. Afinal, já pensou levar um chocolataço daquele dos germânicos? Outros exageraram no tempero, dizendo ser preferível chupar duas laranjas amargas do que levar salsichão de quatro. E houve quem lembrasse a torcida pé-frio do stone Mick Jagger, comentando que, sozinho, ele detonou Estados Unidos, Inglaterra, Brasil e Argentina. Aliás, sobrou também para o “Fenômeno”, diante da perspectiva de perder o recorde de tentos: “Só falta 1 gol e três travecos pro Klose alcançar o Ronaldo”.
Certo mesmo, agora que só podemos ver a festa dos outros, é a inveja que os argentinos sentem dos brasileiros. Bastou tomarmos dois que eles trataram de tomar de quatro. Quanto a Mick Jagger, resta saber contra quem ele vai torcer nas etapas finais. Já sobre o título deste post, vale lembrar do bom e velho Millor: quem ri por último é retardado.



http://pautapariu.zip.net/
* Diogo Tavares  é jornalista e ex- vizinho de mesa no velho Correio. Saudades dos ping ponsg de bobagens.

domingo, 4 de julho de 2010

Poema de rodas

Tem gente que sonha com
um carro blindado.
Mas, eu, o que queria mesmo
era que fabricassem
carros de borracha.

sábado, 3 de julho de 2010

Flertar é.....


"Quando se joga Escravos de Jó com os olhos".


 Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento, de Adriana Falcão.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brilha mais que no primeiro

A chuva esvaziou, mas não estragou o dois de julho.Foi bacana como sempre.  Com sol ou com chuva, o desfile emociona.Muito, muito divertido.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Meu Brasil pôrra

Lago Júnior  *

Passou
por mim
um carro
desavisado

Biiii, biiii, meu Brasil, pôrra!!!


E eu nem aí,
querendo um sentido de viver

E eles nem aí,
rindo,
babando,
assistindo gincana na tv


*Lago é jornalista


sábado, 26 de junho de 2010

Ainda na torcida pelo Brasil

De Socorro Araújo
 
Nos noticiários sobre as enchentes em Pernambuco e Alagoas, me chama atenção a firmeza e a determinação dessas pessoas, que perderam tudo, mas mantêm a altivez. Quando entrevistadas, dizem o que pensam, sem apelos dramáticos. Sabem que precisam lutar pra reconstruir o pouco que tinham e viram ser levado pelas águas. Me lembram o povo da minha Canudos, que também viu sua história afundar nas águas do Vaza-Barris. Esse povo de aparência frágil é guerreiro e vai reconstruir suas cidades devastadas. Vi relatos impressionantes, como o de um grupo de 50 quilombolas que foram resgatados depois de passar 18 horas em cima de duas jaqueiras. Vi relatos emocionantes, como o de um homem que estava feliz porque conseguiu salvar parte dos livros. Mas em todos, da Palmares do líder Zumbi, à Quebrangulo do escritor Graciliano Ramos, em todos os municípios de Alagoas e de Pernambuco atingidos pelas enchentes, é a solidariedade o que mais me emociona. Quem perdeu menos abriga quem perdeu tudo. Sim, têm os saqueadores, que se aproveitam pra roubar.  E os políticos sem caráter, que tentam se aproveitar da situação. Não acho que seja o caso de Lula. Ele sabe que podia estar entre os que estão desabrigados se ainda vivesse lá. Por isso foi aplaudido por onde passou. Aquela gente ainda acredita na boa fé do presidente. Ah! e tem a pior espécie, que é o especulador, os que querem ficar mais ricos se aproveitando da desgraça do outro. Mas eu sou canudense, sertaneja, nordestina e, principalmete, grande torcedora deste Brasil solidário, que vai vencer o brasil dos corruptos, dos ladrões e dos especuladores. Por isso, acho que devemos nos engajar nas campanhas de doações. Pra ajudar, neste momento, a derrotar os que estão vendendo velas, água e comida mais cara.  E como diz o poema de Jorge de Lima, um ilustre poeta nascido em União dos Palmares em 1893, com os poderes de Nosso Senhor Jesus Cristo, vai nascer tudo de novo.     
 
       Inverno
         Jorge de Lima

Zefa, chegou o inverno!
Formigas de asas e tanajuras! 
Chegou o inverno!
Lama e mais lama
chuva e mais chuva, Zefa! 
Vai nascer tudo, Zefa,
Vai haver verde, 
verde do bom, 
verde nos galhos, 
verde na terra, 
verde em ti, Zefa, 
que eu quero bem!
Formigas de asas e tanajuras! 
O rio cheio, 
barrigas cheias, 
mulheres cheias, Zefa! 
Águas nas locas, 
pitus gostosos, 
carás, cabojés, 
e chuva e mais chuva! 
Vai nascer tudo 
milho, feijão, 
até de novo 
teu coração, Zefa!
Formigas de asas e tanajuras! 
Chegou o inverno!
Chuva e mais chuva! 
Vai casar, tudo, 
moça e viúva!
Chegou o inverno 
Covas bem fundas 
pra enterrar cana:
cana caiana e flor de Cuba!
Terra tão mole 
que as enxadas 
nelas se afundam 
com olho e tudo!
Leite e mais leite 
pra requeijões!
Cargas de imbu!
Em junho o milho, 
milho e canjica 
pra São João!
E tudo isto, Zefa...
E mais gostoso 
que tudo isso: 
noites de frio, 
lá fora o escuro, 
lá fora a chuva, 
trovão, corisco, 
terras caídas, 
córgos gemendo, 
os caborés gemendo, 
os caborés piando, Zefa! 
Os cururus cantando, Zefa! 
Dentro da nossa 
casa de palha: 
carne de sol 
chia nas brasas, 
farinha d'água, 
café, cigarro, 
cachaça, Zefa... 
...rede gemendo...
Tempo gostoso!
Vai nascer tudo! 
Lá fora a chuva, 
chuva e mais chuva, 
trovão, corisco, 
terras caídas 
e vento e chuva, 
chuva e mais chuva! 
Mas tudo isso, Zefa, 
vamos dizer, 
só com os poderes 
de Jesus Cristo!

* Amiga que mantém a fé nas pessoas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O INFERNO DE HULK

Ele não é verde, é castanho. E, ao contrário do monstro, ele é um doce o tempo todo. Meus amigos, que não gostam de animais, dizem que Hulk pensa que é um cachorro. Eu acho que ele pensa que é um Doberman. Não por que seja agressivo, mas porque tem a segurança dos fortes. Não ataca, não agride e ignora latidos ameaçadores quando passeamos, duas vêzes por dia, pela rua Alagoinhas. Pinscher número um, de apenas dois quilos, ele dá pouco trabalho. Fora as vacinas anuais, os remédios pra vermes e uma tartarotomia, ele só precisou ir duas ou tres vezes ao veterinário nesses 10 anos em que compartilhamos espaço e tempo.
Mas, se existe um mês que Hulk detesta, que fica estressado, com os nervos a flor da pele, esse mês é junho e essa ojeriza se explica pelo barulho dos fogos juninos que só faltam deixá-lo louco. Normalmente educado, ele se descontrola, late o tempo inteiro e faz xixi pela casa toda, a cada bomba ou traque que os meninos soltam nas ruas. Ainda bem que hoje é véspera de São João, o principal dia dos festejos,  amanhã acaba a folia e espero que ele possa se acalmar. Não aguento mais ser seguida por ele por todos os cantos da casa e de correr o risco de pisá-lo cada vez que me distraio. Sem falar no choro, à noite, na porta do meu quarto, me forçando a permitir a sua entrada direto para uma almofada que fica embaixo da minha cama. Isso quando não me assusto ao deitar e ver alguma coisa se mexendo dentro do meu travesseiro.
Tadinho de Hulk, tão gracinha. Este ano, o inferno vai durar mais tempo. Talvez até o dia 11 de julho se o Brasil se classificar para a final da Copa. Além do barulho dos fogos ainda tem o das vuvuzelas. Haja estresse, haja xixi.
Tadinho de Hulk, tão gracinha...Quando será que vão inventar tapa-ouvidos pra cachorro?

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Copa de Berna

Na Copa, da sala ao
corredor, passeio
feito aos sobressaltos,

tantos os gritos
explosões e fanhos
sopros de corneta.

Vesga a lua
de olhar o campo,
verde grama ao fundo,

e segue a luta:
disputa-se a bola
como se fosse o mundo!

(Poeminha da colega Bernadete Farias)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Hoje

O dia está lindo hoje.
Céu azul, mar azul, sol e brisa.
Estar presente.
É o presente.

domingo, 20 de junho de 2010

A noite fica para trás assim como as nuvens escuras.
A chuva que caiu limpou minha rua, levando as folhas e pedaços de flor do ipê amarelo.
No parabrisa do carro, as gotas d´água, iluminadas pelo sol morno, parecem brilhantes.
E eu fico pensando que seria ótimo ter brincos de gotas de chuva.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Da janela do buzu eu vejo o mundo



Tem gente que me olha com estranheza quando digo que,  de vez em quando, gosto de andar de ônibus. De ônibus, a gente vê coisas que não vê quando está dirigindo. Fora  as pessoas que se encontra, as conversas que se ouve,  pessoas,  coisas, acontecimentos....Não chega a ser uma tortura e é até divertido.  
No natal de 2003 num almoço para a imprensa, oferecido pela Salvatur,  ganhei em sorteio uma passagem para a Europa, com direito a acompanhante. Estava sem dinheiro para a viagem e meu carro só me dava problemas. Como se diz matei dois coelhos com uma cajadada só: vendi o carro e fiquei com dinheiro para viajar.  Fomos para  Portugal, eu e meu filho então um adolescente.  Adorei Lisboa, Fátima, Nazaré, o Porto. Foi bacana.
Volta. Meu filho passa no vestibular de faculdade paga: faculdade ou carro novo? Dois financiamentos  não dá. Tenho ojeriza a dívidas. Então, faculdade  e  buzu.  O eu ter que andar de ônibus deixava minhas amigas mais incomodadas do que eu. Uma delas, espírita como eu e que também estava no modo que, aqui em Salvador, chamamos vulgarmente de “paleta “ disse que estávamos em “resgate cármico”. Eu, como tenho certeza, que não fui lá flor que se cheirasse achei a pena justa. Me conformei  e  fiquei andando de onibus para cima e para baixo.  Foi um “resgate” até certo ponto divertido. Um ônibus é uma pequena mostra social da cidade. Quem anda de ônibus vê  e sabe mais do que quem anda de carro  que precisa estar sempre atento ao trânsito e aos pedestres. De ônibus a gente olha o céu, o chão, os entornos, as favelas, os buracos, beleza e feiúra. Sem falar na vida humana que os coletivos carregam. Geralmente, eu gosto de gente. E curto muita gente que anda nos ônibus, pessoas na maior parte das vezes espontâneas e engraçadas. Ouvi histórias ,casos,e presenciei situações muitas vezes inusitadas (inclusive, fui assaltada uma vez e o ladrão levou meu relógio,  o que me chateou porque era Gucci, e, que relevei depois porque, na verdade, era um relógio muito feio).
Lembrei dessas coisas porque quando vou ao centro da cidade prefiro ir de onibus para não pegar engarrafamento e não ter que ficar procurando lugar para estacionar, o que me estressa. Ontem, fiz isso. E resolvi que vou fazê-lo mais vezes. É uma forma de não perder o contato com a cidade e de ver pessoas encantadoras, bem do tipo nosso povo, nossa gente. Andar de ônibus não permite que a gente se aliene da realidade .
Mas, sem dúvida nenhuma, é preciso ter canja. Eu, felizmente, tenho.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Conversas que filhos não podem escutar

Nunca fui boa na escolha de meus namorados. Minhas relações amorosas quase sempre foram problemáticas, por falta de afinidades ou até pela minha incapacidade de adaptação ao jeito padrão masculino de ser. Não estou reclamando: as coisas são como são e eu pude fazer minhas escolhas, tanto as boas quanto as más.



Porém, em compensação, sei escolher bem as minhas amigas. Além de saber que posso contar com elas em qualquer situação, elas me divertem. Quando começamos a conversar e por algum motivo falamos sobre algum período ou alguma época de nossas vidas sai cada história...Algumas cabeludas....Nosso slogan deveria ser "nem doidas nem santas, um pouquinho de cada uma".


Histórias que ainda nos surpreendem e que só se conta a amigas íntimas. Primeiro, porque dá vergonha contar para qualquer um; segundo, porque são histórias que mostram nossas fragilidades, erros, desacertos, e carências; terceiro porque fala de muitas coisas que fizemos e que gostaríamos que nossos filhos não fizessem.


Por outro lado, nessas rememorações sempre se dá muita gargalhada :”esta eu não conhecia”; “você é mais doida do que pensei”; “pelo amor de Deus, deleta da memória” e por aí vai.


Uma história impagável é a de uma amiga que namorou um doutor estrangeiro cheio de títulos e PHDs. Mas, além de impagável, a história que quase nos mata de rir é também para o nosso próprio bem ( afinal, dize-me com quem andas e te direi quem és) impublicável.


A propósito, sobre as   'garotas' da foto:  eu sou a  de maiô de florzinha.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Minhas amigas


 Dóris A. mandou pra mim um e-mail com slides do Palácio de Catarina da Rússia. Tão bonito, principalmente no seu interior, que foi quase insuportável vê-lo até o fim. Isso nunca tinha me ocorrido antes: O muito belo pode superar nossa capacidade de assimilação...Com o slide, o texto abaixo:


"Eu sou fã de Catarina .
Era na verdade prussiana, ou seja alemã .
Foi escolhida , pela imperatriz reinante na Rússia, Isabel, para se casar com seu sobrinho Pedro, futuro tzar , por ser sofisticada , muito culta , falava diversos idiomas e tocava muito bem piano e violino .
Foi esperta o suficiente para agradar Isabel, uma chata, e intrigante .
Aprendeu fácilmente e com perfeição russo, os costumes da corte russa e ainda se converteu a religião ortodoxa..
Casou-se com Pedro, um total idiota e despreparado , semi-analfabeto , e após a sua subida ao trono, vai fácilmente armar um golpe e derrubá-lo .
Mulher com muitos amantes, (dizem que nenhum de seus filhos era verdadeiramente filho de Pedro), Sempre fazia dos amantes aliados contra os que conspiravam contra sí . Mas nunca voltou a se casar.
Morreu de morte natural, coisa rara , para um governante russo e fez seu filho mais velho, Paulo seu sucessor .
Graças a ela a Rússia " engoliu "diversos áreas , tais como a Criméia , Bielo- Rússia , parte da Polônia, Ucrânia e etc ....
Vaidosa , teve ao que se sabe a maior coleção de jóias pertencente a uma só pessoa, em toda a história .
Parte dessas jóias foram vendidas por Stálin , no começo, da Segunda Guerra , para pagar a ajuda em equipamentos recebida dos EUA, que da URSS , exigiu pagamento adiantado .
Numa dessas entregas, o submarino foi atacado e afundou , no mar Báltico .
Recentemente foi descoberto por uma equipe inglesa, em frente da costa da Suécia, e ainda está rolando nos tribunais internacionais a briga entre a equipe , o governo russo, e a Suécia ( afundou em aguas terrotoriais suecas ), todos querendo o tesouro .
Mas apesar de tudo isso , mais de 60 % de suas jóias , pertecem, ainda hoje ao estado russo ".

Eu também sou fã de Catarina e de todas as mulheres que souberam se impor em tempos tão adversos ao feminino.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Irmã Dulce não dava mole

Acho que não existe ninguém na história contemporânea que me impressione mais do que Irmã Dulce. Eu a conheci quando, ainda na faculdade de Jornalismo, comecei a trabalhar na Tribuna da Bahia. Fui entrevistá-la não me lembro sobre o quê. Alguma matéria sem muita importância sobre coisas do cotidiano da cidade ou do seu trabalho de ajuda aos pobres.
Naquela época ela não era bem vista por todos. Alguns comerciantes a detestavam e a chamava de “ freira pidona”. “Me dê um dinheirinho para os meus pobrezinhos” criticavam imitando a sua voz fininha de pedinte. E foi pedindo a uns e a outros, vizinhos, comerciantes, depois  empresários e banqueiros que ela fez mais do que qualquer outra pessoa  pelos pobres na Bahia. Nunca ouvi falar sobre algo semelhante no Brasil. E no mundo, só Madre Teresa de Calcutá.
 O hospital que Irmã Dulce fundou num galinheiro, para onde levava os doentes que encontrava pelas ruas, se transformou, nos seus 77 anos de sacrifício e doação,  no mais importante hospital público da Bahia com leitos para 700 pacientes   e atendimento de alto nível ,  um ambulatório que faz 200 consultas diárias, além de um orfanato que acolhe mais de 300 crianças e adolescentes.
Sim, Irmã Dulce é minha ídola. Junto  com Simone de Beauvoir, Hannah Arendt, Clarice Lispector e outras mulheres e homens carismáticos que contribuíram para, de um jeito ou de outro, mudar para melhor o mundo em que viviam.
Alguns médicos também  falavam mal dela: “É uma carrasca”, “é mandona”,  “trata os médicos e enfermeiros como se fosse um capataz”.  Irmã Dulce não aliviava. Queria o melhor para os seus pobres. E exigia isso.  Morreu há 18 anos e foi sepultada hoje na Capela das Relíquias , após a exumação do seu corpo, em excelente estado de conservação, como parte do processo para sua beatificação. Tem gente que insinua que ela foi mumificada, que não é possível que seu corpo tenha se conservado do jeito que está naturalmente..
Mas, que importância tem isso? Irmã Dulce salvou da morte, da fome e da miséria milhares e milhares de pessoas num trabalho fabuloso de coragem, perseverança, determinação e sacrifício. Isso é santidade.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Eu não estou censurando nem moderando comentários. Eu, simplesmente, não sei ainda como fazer isso.
Juro! A culpa é de Cássio Brito, amigo do meu filho, que não concluiu o trabalho voluntarissimo a que se propôs.
Viu Cássio?

sábado, 5 de junho de 2010

Lilith

É mais fácil falar o que se pensa do que o que se sente.
Eu sabia disso, mas hoje isso pulou na minha frente como uma bola gigante.
Não deixei de escrever esse tempo todo por falta de assunto.
Deixei de escrever por autocensura.
Não tinha nada bonitinho que eu quisesse dizer.
E eu não queria escrever sobre o que, na verdade, é só o que desperta meu interesse: angústia, insatisfação,obscuridade, coisas feias e sombrias. Meu lado negro, meu lado eu, meu lado que não se censura e que diz tudo o que pensa, e, que por isso,ofende e magoa.
Protejo os outros de mim mesma- outros que podem não sentir ou não ligar- e protejo a mim mesma da culpa de provocar dor ou sofrimento. Não sou boazinha.Pelo menos, não o tempo todo.Eu sou mazinha. É tão bom ser mazinha. Porque eu não consigo ser mazinha en paz? Porque não posso ferir, chatear, destruir?
Por que não me dou esse direito?


É muito estranho ser uma pessoa em  sua integridade.
É doentio tentar não sê-lo.
Não sei o que fazer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eu e Quincas Berro d´Água


Há cerca de seis anos eu estava passeando em Portugal e entrei num supermercado, em Cascaes, quando uma moça puxou conversa comigo. Falamos sobre os preços altos. Ela era moçambicana e tinha voltado para o país depois que a colonia se tornou independente. Eu disse que era brasileira e ao contar, que da Bahia, ela exclamou encantada: “bela terra”. Voce a conhece? pergunto  surpresa, e  ela  “sim dos livros de Jorge Amado”.
Vez ou outra penso na importância que Jorge Amado teve para a mitificação da Bahia como a terra de alegria de um povo bem humorado, criativo e irreverente.

E às vezes me pergunto se isso é uma mitificação ou realmente a Bahia é assim. Confesso que me inclino a achar que sim, que mais do que um ficcionista, ele foi uma espécie de sociólogo, antropólogo, alguém que captou como nenhum outro a essência da terra e do seu povo.
Fui assistir ao filme Quincas Berro d´ Água, baseado no seu romance do mesmo nome. Tantos anos morando em Salvador e ainda a vejo com os olhos de um cego. Por que dizem que o amor é cego e eu acredito. O fime, como bem comentou uma amiga, deixoa uma sensação de que falta ou que sobra alguma coisa. Mas eu, como os apaixonados, cegos, presto atenção no que quero prestar: na paisagem, no mar, na ingenuidade astuciosa dos personagens. E me divirto, como me divirto de verdade, quando ando pelas ruas desta cidade. Para mim, andar em Salvador ainda é fazer turismo. Tudo ou me encanta ou me irrita. Nada me deixa indiferente. O Pelourinho, onde trabalhei vários anos como assessora do Ipac, é exatamente aquilo ali: bêbados, mendigos,prostitutas,moradores, comerciantes,  gente comum. Vários quincas,  terezas,  rosas, vadinhos. ..
Não,  não é um mito. É a alma captada. Uma terra com um povo de
 primeira e governantes de quinta(sei que há exceções) .
Não me conformo com a sujeira, calçadas quebradas, e gente dormindo nas ruas. E penso que isso, sim, está sobrando. É over, super over. Não suporto.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Coraçõएस e almas


"Siga o conselho do seu próprio coração,
porque mais do que este
ninguém será fiel a você.
A alma do Homem
freqüentemente o avisa
melhor do que sete sentinelas
colocadas em lugar alto".
Eclesiástico, 37.13