sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Valei-nos São Batatinha

Não gosto de só escrever para reclamar. Me lembra um jingle de uma campanha do pessoal da Idéia 3 que dizia “você só sabe criticar, criticar, criticar” muito cantada por colegas da área política.
Mas, o que é que eu posso fazer? Abro um jornal local e vejo a nova “música” do Rebolation, cujo título é “Tchubirabirom”...Dái, voces já podem deduzir a bomba que é. Vou transcrever para que os meus amigos, os únicos que têm interesse no meu blog, me digam se sou chata, pernóstica, elitista ou que o Prozac não está fazendo efeito:
“Vai fazer mãe “ 2x
Vai lá pra frente, pra frente
Cintura, cabeça
Tchubirabirom
Dancinha legal, todo
mundo vai fazer
nesse carnaval
eu sei que vai ferver
Você quer.Tome aí
Swingueira pra mexer
Pega na cabeça
(pega na cintura)
E vai Pra frente,
pra frente
Cintura, cabeça,
Tchubirabirom
Eu sei que você quer
Sei que você tá
Querendo
Vai fazer mãe”

O mais incrível é que foram preciso quatro “cabeças “ para compor esta obra (como se diz  mesmo última em italiano?).
Se eu não tivesse uma convicção inabalável sobre a importância da liberdade de expressão, ia torcer para que o governo conseguisse enfiar pela nossa goela uma lei de controle da imprensa junto à uma de censura à coisas desse tipo. E Léo tão bonitinho, tão simpático, tão riquinho, precisa de ajuda.
Chama por São Batatinha, Léo, por São Riachão, Ederaldo Gentil, Roberto Mendes e tantos outros que podem ser chamados de compositores... Procura gente que saiba fazer samba e pagode de verdade.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os excluídos entre os excluídos

A prefeitura cumpriu sua função ao colocar ordem na praia de Santana, no Rio Vermelho, que estava virando uma favela com gente morando embaixo dos barcos em casas de papelão,  cozinhando em fogareiros e fazendo por lá suas necessidades fisiológicas. Pronto, a praia de Santana está salva e devolvida aos seus donos de direito: os pescadores.
Os miseráveis agora perambulam pelo bairro, acompanhados por cães vadios, levando  a carcaça e seus mulambos em carrinhos de supermercado, bêbados dormindo pelas praias ou debaixo das marquises.
Alguns fizeram depósitos dos abrigos de ônibus. Colocaram suas coisas em cima e dentro dos abrigos menos à vista. Não há mais espaço para os usuários esperarem o transporte.
Acabou aí? Vai se tirando essa gente dos lugares onde ela se coloca dia após outro e eles vão improvisando novas forma de sub-existir. Fica nisso? Não há nada a fazer com esse pessoal?`Porque se faria? Esses miseráveis já não sam o próprio nome, não tem identificação ou trabalho. E, principalmente : não votam. Que chance  poderiam ter? Vai uma bolsa bêbados ou uma bolsa mendigos para eles? Essa hipocrisia cansa...
A foto é só para clarear as idéias....

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Santo Boldo!

Acordei às 2h  da manhã me sentindo mal. Será que vou gripar? Levanto e tomo um comprimido de vitamina C. O mau-estar continua e acordo às 4h com um terrivel dor de cabeça. Tomo dipirona líquida. Não adianta. Quem sabe se a dor não é por causa da minha rinite? 10 gotas de complexo homeopático. A dor não passa, será que é o calor? 4 gotas de Sulphur e nada. Será que estou tendo um infarto? E se eu morrer e ninguém perceber? E se demorarem para encontrar o meu corpo?Levanto novamente e faço um chá de boldo. Logo depois, o mau estar aumenta...Será que vou desmaiar? corro para o banheiro e vomito água e chá ....de boldo. A dor de cabeça vai embora. Não comi nada que pudesse me fazer mal, o que foi isto? Será que foi a gororoba de ontem? os restos de comida que peguei na geladeira e misturei com creme de leite? Vai saber.....

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eu, meus mortos, e o dia de finados

Cumprindo  as obrigações de finados, mais por mim do que por eles, que certamente  não andam mais por aqui, fui dar um grau, como dizem os jovens, quero dizer mais jovens que eu, nos túmulos dos meus mortos.O cemitério Jardim da Saudade ,onde repousam os restos de meu pai, avó, tia,sobrinho e cunhada, não estava muito cheio. Fui cedo e demorei para achar os túmulos procurados, porque me guiava por uma placa com o nome de um senhor que ,descobri depois, estava quase apagada. Zanzei algum tempo debaixo do sol e me culpei por não ter levado um chapéu. Alguns túmulos estavam enfeitados de uma maneira carinhosa, outras mais simples, alguns um tanto barrocos com flores de plásticos e outros sem nada.Algumas pessoas oravam silenciosamente, silencio entrecortado por soluços de uma mulher , que sentada junto a um túmulo, passava entre soluços uma flanela na placa de granito. Olhei-a com pena enquanto seu choro ecoava pela quadra cemiterial e pensei: "só se chora assim por um filho", o que confirmei em seguida quando ela passou a repetir "meu filho, meu filho".
As mães sempre se identificam umas com as outras. Tive vontade de chegar perto e falar alguma coisa, mas me afastei. Ela tem todo o direito de curtir sua dor, e chorar faz bem.
Achei o túmulo dos meus familiares que estão na mesma carreira, mandei limpar, molhar as plantas e plantar umas outras. Depois resolvi ir dar uma olhada no tumulo da minha amiga Lina que morreu há três anos atrás.
Achei o lugar depois de rodar bastante pelas quadras possíveis, procurando o ano de morte e finalmente achei. Nem uma florzinha (olha gente, quero ser cremada e minhas cinzas jogadas no mar do Rio Vermelho,atrás da Igreja de Nossa Senhora Santana). Acho que Lina não ligaria para isso, ela era meio materialista, já que aqui na Bahia as pessoas, de modo geral, são meio católicas, meio espíritas, meio evangélicas, meio candomblecistas e etc.. Chamei um rapaz e mandei dar um grau lá também.
Não sei porque tem gente que tem medo de ir a cemitério...Eu me sinto muito à vontade por lá. Por mim, enfeitava todos os túmulos.
Na saída, o grupo de idiotas de sempre tocando (muito mal) e cantando junto à lápide de Raul Seixas, esperando ser filmados por alguma emissora de tv- que todo ano fazem a mesma reportagem  e entrevista os mesmos caras (nem precisavam nem mandar uma equpe.Era só rodar o material do ano anterior). Os jornais, pior ainda..
Ai, coitado de Raul Seixas, ter que suportar todos os anos essas malas sem alça e sem talento desrespeitando a sua memória - Raul era maluco beleza- e enchendo a paciencia dos outros visitantes.
Pensando bobagem, como geralmente faço para relaxar, imaginei Raulzito saindo do túmulo vestido de metamorfose ambulante e gritando Buuuuuuuhhhhhhhhh. Seria muito divertido.