quarta-feira, 21 de julho de 2010

Amigos


"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

(...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...)
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...)
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos,
para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e
estéril."


Texto enviado pela médica e amiga Angela Zamelute como escrito por Oscar Wilde. Não sei não.... Não me parece coisa dele. Em todo o caso, publico porque é interessante.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sinto muito, mas tenho que fechar as janelas

Se eu fechar as janelas, pode chover à vontade. Gosto de ver as folhas balançando, os pingos d´água caindo no chão, e de ouvir o uivo do vento. Se tiver raios e trovões, melhor ainda.
O que atrapalha meu bem-estar são os outros. Os vigilantes que tomam conta da rua onde moro, ensopados nas suas roupas pretas de rambos mal ajambradas,  a noite inteira com frio, encolhidos dentro de si mesmos para ganhar uma mixaria, sem carteira assinada, sem segurança de nenhuma espécie e sem opção, a não ser o de passar para o lado daqueles dos quais nos guardam. Os porteiros dos prédios escondidos atrás das pilastras.
Os sem teto que se espremem debaixo das marquises, as pessoas nos pontos torcendo para o ônibus passar logo depois de um dia torturante de trabalho . As pessoas acordadas em seus barracos com medo de que eles desabem ou que um deslizamento de terra as soterrem para sempre. Aí, nem o aconchego do meu quarto, a penumbra, a manta quentinha e  uma valsa tocando baixinho conseguem impedir o meu frio. Eu não sou – graças a Deus- dessas pessoas muito sensíveis. Mas não dá para bancar a indiferente. Então, para me proteger, fecho todas as minhas janelas. Aí, sou só eu e a chuva e  um calorzinho gostoso. Que posso fazer? Não sou Deus. 

domingo, 18 de julho de 2010

Então, cantemos para o Tempo

De Socorro Araújo

Neste domingo chuvoso, com saudade de parte da minha família que voltou pra casa, na Itália, fico matutando sobre esta entidade tão misteriosa e encantadora, o Tempo. Como demora a passar, às vezes. Como passa depressa... Aqui pertinho da minha casa, numa quebrada entre a Vasco da Gama e Brotas, tem uma gameleira, uma árvore que, pelo menos aqui na Bahia, tem na frente de quase todo terreiro de candomblé. O Iroko. Na bela mitologia dos cultos afros, Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. O ciclo vital. Será que olhar o tempo dessa forma não pode nos ajudar a mudar a trajetória desta nossa sociedade? Ver o tempo como um orixá não é melhor do que nos relacionarmos com esse "tempo" dos relógios de ponto, dos horários comerciais, das liquidações, das aplicações financeiras, do medo de envelhecer? Penso que temos ferramentas pra mudar este nosso caminho. Temos belos mitos. E tão próximos de nós. Como o Iroko da minha rua. Olho pra ele agora como não olhava antes porque revi a minha filha e os meus netos depois de quatro anos. Neles, reencontrei muito de mim e do pai, que há quatro anos também vive longe. Em outro mundo. Distante fisicamente, mas muito próximo na memória dos que o amaram. Será mesmo que é só a genética que explica como é possível que num italianinho branco tenha tanto de um brasileiro meio negro, meio índio? E numa neguinha baiana que hoje é também muito italiana tenha tanto de uma avó sertaneja? Fui com eles lá pro sertão. E lá em Canudos também me vi naquelas mulheres quase centenárias, de rostos enrugados, que rezam felizes os benditos de Santo Antonio. Assim como me vejo em tantas coisas de minha mãe e de minha filha. Quando perguntavam ao italianinho de 9 anos o que ele achou de Canudos, ele respondia: "O lugar é feio, mas o povo é bonito". Ah! o tempo. O Tempo. Será que o Giuseppe foi um jaguncinho? E a Camila uma das rezadeiras do Conselheiro? Precisava ver os dois nas novenas de Santo Antônio. Parece que sempre estiveram ali. No banco da frente de uma igreja da Canudos mais uma vez reconstruída. Tem mais do que DNA nessa história. Ah! se tem...

E, em meio a essas reflexões desta tarde de domingo, encontro um vídeo que me fez voltar ao passado. Mais de 30 anos depois, parece que estou nessa mesa de bar, tomando com eles uma cervejinha e cantando um sambinha gostoso. Saudosa maloca/maloca querida... Como nada é mesmo por acaso, mando o vídeo pra vocês. Confesso que chorei. De saudade. E de alegria. Porque entendi um pouquinho mais dos mistérios do tempo. Prestem atenção na despedida, no final. A mim deu uma sensação de que também nós nos despedimos dos dois. Felizes. O Tempo é mesmo um orixá.

sábado, 17 de julho de 2010

Bruno fora

 A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, não fica em cima do muro e mostrou que é uma mulher que toma posições firmes. Ela confirmou  a demissão por justa causa do goleiro Bruno e disse que o goleiro não vestirá mais a camisa do clube nem que seja considerado inocente pela morte da ex-amante. Quem está acompanhando o caso sabe que o goleiro é acusado de participar do sequestro, morte, e ocultação de cadáver da garota de programa Elisa Samudio com quem teria um filho.
A história que tem lances macabros envolve o goleiro e seus amigos metidos com drogas e assassinatos.
A posição de Patrícia é um recado para os jogadores do time que preside: nada de escandalos. E que sirva de exemplo para todos os atletas.
Apesar de admirar Patricia não posso deixar de me condoer com Bruno e com o que ele fez da vida dele.É lamentável ver que ele não foi capaz de segurar as oportunidades que a vida lhe deu para mudar o rumo do seu destino e o de sua família.  Não adiantou o dinheiro, as viagens , o sucesso. Faltou o que falta a muitos jovens brasileiros de origem pobre como ele ( e também a ricos): valores.
A educação é fundamental como todos já sabemos. É preciso que deixe de ser apenas Bruno sem valores, sem caráter, que não têm respeito à vida deles próprios e a de outros seres humanos, tem aos montes neste país.
Isto precisa mudar.

sábado, 10 de julho de 2010

Espetáculo


Fotos como essa me fazem entender a frase: "lindo de doer".
Como o ser humano é capaz de criar tanta beleza......
Dói, mas é bom.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quem ri por último...

*Diogo Tavares
Enfim, a Copa acabou tanto para aqueles que torcem pelo Brasil quanto para os que torcem contra a Argentina. Como compensação pelo mau humor que agüentamos de Dunga tanto tempo, restaram boas tiradas na internet, principalmente nos sites de relacionamento. Logo depois do jogo do Brasil, teve um comentário fabuloso, de fábula mesmo: 1 Dunga, 11 sonecas e 190 milhões de zangados.
Por falar em números, não foram poucos os cidadãos ao redor do mundo que ficaram aliviados de não ter que ver Maradona pelado. Caso a promessa-ameaça se concretizasse, os jornais poderiam reeditar um título do jornal O Dia sobre uma foto de Dieguito nu no vestiário: “Maradona bom de bola e ruim de taco”.
O fato é que o melhor veio nas horas seguintes à goleada que a Argentina levou da Alemanha. Houve, por exemplo, quem agradecesse aos holandeses. Afinal, já pensou levar um chocolataço daquele dos germânicos? Outros exageraram no tempero, dizendo ser preferível chupar duas laranjas amargas do que levar salsichão de quatro. E houve quem lembrasse a torcida pé-frio do stone Mick Jagger, comentando que, sozinho, ele detonou Estados Unidos, Inglaterra, Brasil e Argentina. Aliás, sobrou também para o “Fenômeno”, diante da perspectiva de perder o recorde de tentos: “Só falta 1 gol e três travecos pro Klose alcançar o Ronaldo”.
Certo mesmo, agora que só podemos ver a festa dos outros, é a inveja que os argentinos sentem dos brasileiros. Bastou tomarmos dois que eles trataram de tomar de quatro. Quanto a Mick Jagger, resta saber contra quem ele vai torcer nas etapas finais. Já sobre o título deste post, vale lembrar do bom e velho Millor: quem ri por último é retardado.



http://pautapariu.zip.net/
* Diogo Tavares  é jornalista e ex- vizinho de mesa no velho Correio. Saudades dos ping ponsg de bobagens.

domingo, 4 de julho de 2010

Poema de rodas

Tem gente que sonha com
um carro blindado.
Mas, eu, o que queria mesmo
era que fabricassem
carros de borracha.

sábado, 3 de julho de 2010

Flertar é.....


"Quando se joga Escravos de Jó com os olhos".


 Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento, de Adriana Falcão.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brilha mais que no primeiro

A chuva esvaziou, mas não estragou o dois de julho.Foi bacana como sempre.  Com sol ou com chuva, o desfile emociona.Muito, muito divertido.