sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Polícia vigiando polícia... É para rir ou para chorar?

Li ontem no UOL ou no G1, não tenho certeza, que a Secretaria de Segurança Pública do Rio vai colocar uma câmera no Morro do Alemão para vigiar os policiais. São muitas as queixas de abuso de autoridade, de extorsão,e até de casos de violência contra os moradores do lugar.

Estou perplexa. Não com o fato da polícia precisar vigiar a própria polícia, mas da notícia não ter me causado nenhuma surpresa, nem indignação. Acho, inclusive, que esta é uma boa medida, desde que o motorista da moto onde a câmera será instalada e vai transmitir em tempo real, não seja corporativista e não se intimide com os colegas, o que é praticamente impossível.

Ontem, um repórter do jornal Tribuna da Bahia foi preso enquanto trabalhava e levado para a delegacia por “desacato à autoridade”. Simplesmente ele bateu com as mãos num carro da policia para chamar a atenção da motorista e evitar atropelos, já que havia gente atrás. Como ele pediu cuidado, os policiais que estavam na área o prenderam como desacato à autoridade. Ele foi ameaçado e tachado de “inimigo da polícia”( toda a policia).

O verdadeiro crime, muitas vezes, consiste em se dar autoridade a quem não sabe e não está preparado para usá-la, daí as inúmeras arbitrariedades e abusos que vemos por ai. Estou chocada? Nem um pingo. Triste? Também não. Eu fico profundamente irritada com essas coisas: o fato da gente precisar policiar a polícia.

Mas, o que se esperar de pessoas que não na maioria das vezes, cresceram sem educação e estrutura familiar que lhes passassem os valores que regem (muito teoricamente, é verdade) a sociedade em que vivemos.

Queremos uma polícia séria e responsável? Queremos evitar que crianças e jovens se tornem marginais? Só tem um jeito: educação. Mas, falar em educação já está ficando batido demais. Queremos resultados. Onde está essa propalada educação. No fim do arco-íris? Afinal, os policiais, assim como os bandidos, quase sempre tiveram o mesmo tipo de criação e viveram nos mesmos ambientes. Eles são nós. Nós somos eles. Não dá para ficar criticando o país, nem os brasileiros o tempo todo. Afinal, quem somos nós? ETs (às vezes me acho)? Estamos acima do bem e do mal? Precisamos ungir alguém para que nos salve? Nessa última eleição ficou claro que sim. Precisamos de alguém a quem atribuir toda a responsabilidade e o compromisso que é nosso.

Não sei nem porque estou escrevendo isso. Talvez para deixar algumas pessoas chateadas como eu estou. Eu gosto de compartilhar com meus amigos as coisas boas e as coisas ruins. Estou morta de raiva Pelo Rio e por nosso repórter. Ponto.

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