quarta-feira, 23 de março de 2011

Mulher sofre !!!

Começo de ano, hora dos check-ups. Mastologista, ginecologista,endocrinologista, clinico, dermatologista, psiquiatra, dentista, enfim o raio X anual para garantir que tudo está em ordem e que, se a natureza seguir o seu curso, terei ainda um bom tempo para reclamar de tudo e de todos nos meus dias de mau humor.


O mastologista  é novo. Troquei antes que acabasse trocando tapas com o antigo, um sujeito meio rude e sem delicadeza. Na hora de puncionar cistos, ele agia como se tivesse agulhando um animal de corte. Eu reclamava, está doendo, ele se irritava. Trocávamos palavras duras e irritadas.  Um dia me retei: “Pode parar doutor. Está doendo muito e não vou mais fazer punção nenhuma com o senhor” e fui me embora.
Esse novo médico é jovem e se esforça para ser simpático. Parece ter se formado há pouco tempo. Gentil, pisa em ovos. Huuum, não gostei. Ele fala comigo no diminutivo como se eu fosse uma menina-e retardada ainda por cima. Faz as perguntas de praxe que respondo objetivamente. Me calo e ele pergunta: “ A senhora tem mais alguma coisa para me dizer”? Olho pra ele e digo que não. Tenho vontade de fazer outra pergunta idiota. “Tipo o que, cara pálida? O senhor quer que eu dê meu próprio diagnóstico?Vou chutar: dois cistos em cada seio.”
Durante o exame, ao lado da atendente, ele pede desculpas por um toque mais duro e me trata com um adjetivo afetuoso. “Não vou aguentar isso”. “Meu Deus, preciso dizer a ele que não gosto de ser tratada como uma filhinha e que detesto essas pseudo- intimidades. Aliás, não gosto de intimidade com médicos. Não converso,não bato papo, e não falo nada que não esteja relacionado com a consulta. Vou dizer :”Dr, por favor,me chame pelo meu nome, nada de minha flor, nem de minha querida. Senhora está bom.” Desconfio que sou a primeira paciente do dia e que ele está querendo formar sua clientela. Desse jeito vai ser difícil.Fico dividida: Falo ou não falo pra ele que não deve tratar as clientes como se fossem crianças , alguém da família, uma mãe, uma tia, uma priminha?.... Não, deixa prá lá. Quem sabe na próxima consulta, quando eu levar meus exames, lhe diga: Doutor, me desculpe, mas eu preciso lhe dizer uma coisa. Não trate suas pacientes como se estivesse falando com menininhas. É chato.Tem quem não goste, eu não gosto. Limite-se às palavras educadas de praxe....

É que minha Perséfone- isto eu não vou dizer- odeia ser tratada como tal.

2 comentários:

Maria Rivas disse...

As pessoas são mesmo diferentes.Comigo, prefiro que o médico converse, peço que me chame pelo nome e retire o senhora.Assim sempre quebro aquela gélida barreira que se estabelece entre o médico e a cliente numa primeira,segunda ou terceira consulta.Me sinto sempre mais confortável,confiante etc..
Infantilizar a conversa,jamais.Concordo com você.

Anônimo disse...

Tb não gosto que me chame no diminutivo. Eu me sinto como se fosse uma fraca.